Confira meu texto publicado pelo @club.escreva - Escrita coletiva de agosto - 1 ENREDO 1 TEXO
Ressignificar para um novo olhar
Depois de uma madrugada longa, de muita dor e tensão, Manu olhou para o lado e não acreditou no que estava vendo. Preferia que os olhos saltassem do rosto para não precisar mais enxergar aquilo.
Desviou o olhar numa tentativa de fugir daquela condição, mas não conseguiu, as lágrimas já escorriam pela sua face e coube-lhe apenas encarar a situação.
Ela respirou fundo e em passos lentos e exaustos se aproximou da penteadeira de seu quarto. Puxou a banqueta, assentou-se e lentamente encarou “aquilo”, seu próprio reflexo no espelho.
Ela simplesmente a censurava; condenava aquelas olheiras; não encontrava a profissional realizada que era; desaprovava a falta de vaidade; não conseguia sorrir. Ainda chorando, Manu fechou os olhos por um breve momento na esperança de retornar a abri-los e ver uma imagem diferente refletida, mas adormeceu.
Horas depois sobressaltou-se, ao ouvir o choro de seu filho no quarto ao lado, e deparou-se de imediato com o espelho a sua frente. Não foi um sonho. Nada havia mudado. A imagem era a mesma. Porém, desta vez, talvez por consequência do cochilo, Manu olhou para o próprio reflexo com um carinho e o associou de imediato ao choro que a convocava.
Enquanto ela acolhia seu pequenino nos braços com um sentimento de encorajamento, deu-se conta de que realmente ela não era mais a mesma, nunca seria como antes, mas poderia ser muito melhor do que imaginava ser.
Foi a partir daquele momento, em que ela começou a ressignificar seu puerpério, que sua imagem no espelho começou a mudar. Inicialmente percebida no espelho da alma e gradualmente transparecendo nas expressões de sua bela face.
Autora: Camila Pasetto
obs.: Texto grifado enredo sugerido.
Acesse o texto e a imagem original em: https://www.instagram.com/p/Cg7sSTiPftp/?utm_source=ig_web_copy_link
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